terça-feira, 21 de julho de 2020

GI Joe - Retro Line - Retrô? Será?

A Wave 1 da Retro Line do GI Joe

Em fevereiro, na Toy Fair de Nuremberg na Alemanha, surgiu a notícia de uma linha GI Joe de 3 3/4" ou 1/18. Muitas foram as especulações, principalmente por ter saído a notícia de que a Jasware, a empresa que fabrica as action figures do jogo Fortnite, acabara de assinar um contrato de licenciamento do GI Joe com a Hasbro. Seriam já essas figuras resultado dessa parceria? Seriam já os protótipos? Era muito cedo. Mas como foi evento fechado, pessoal proibido de entrar com celular e fotografar e houve embargo de informação, tudo que chegava era que alguns amaram e outros odiaram. Mas era uma coisa boa saber que haveriam novos GI Joes de 1/18. 

Verdade sejam dita, estranhei, pois não havia realmente uma razão para a Hasbro licenciar fabricação de figuras, fora casos de colecionáveis de maior qualidade e diferenciados como os da linha 1/6 da Sideshow Collectibles ou da linha Hot Toys para o filme GI Joe - Retaliation, que estão muito longe de serem brinquedos propriamente ditos. E o negócio da Hasbro é brinquedos, mercado infantil, mesmo que muitos de seus clientes sejam os pais da crianças. Mas decisões internas da empresa concernem a como ela quer tocar o negócio e como querem lidar com seus custos. 

Linha GI Joe da Sideshow Collectibles, actions e estátuas.

LInha GI Joe Hot Toys, baseada no filme GI Joe - Retaliation
Ao mesmo tempo, ia de encontro as ações da empresa de controlar todas as suas propriedades intelectuais e lucrar com elas, a começar com o fim da parceria do Fã Clube dos Transformers, a marca própria mais lucrativa da empresa, e depois o mesmo, com um ano de diferença, com o GI Joe Collector's Club. Depois a criação da HasCon, a Hasbro Convention, os planos com a Paramount para criar um universo cinematográfico com suas propriedades, seguindo os passos da Marvel, universo amalgamado nos quadrinhos e assim por diante.

Não fazia sentido a Hasbro, hoje, licenciar a sua atividade fim.

Mais ainda depois de ter fechado o contrato de licenciamento para maior parte das marcas de propriedade da Saban, como os Power Ranges e tantos outros. O negócio da Hasbro é fazer brinquedos, não contratar outros para fazer. Tanto que o contrato anterior da Hasbro com a Jazware é para acessórios para a linha Nerf, como coletes, alvos, coletores de dardos de espuma e outros itens que considerados uma linha paralela ao Nerf.

Na Toy Fair de New York, o mesmo embargo e assim, por diante. Mesmo na Abrin, a nossa feira, não tivemos a presença física dos GI Joes. Estive lá e falei com o pessoal da Hasbro e recebi a informação que duas linhas viriam para o Brasil em setembro, a linha normal de 6" e a linha do filme. E que só não poderia ver as figuras pois a pandemia impediu a equipe estadunidense da Hasbro de vir. As figuras ficariam numa parte fechada do stand e seriam liberadas para visita somente para convidados e pessoal de interesse e viria, inclusive, uma equipe de segurança junto para coletar celulares e preservar o segredo das linhas. Viriam mesmo uns dois GI Joes de verdade contratados pela Hasbro EUA para cuidar disso. 

Foi quando pensei que a linha de 6", que está estava sendo revelada, viria normal e que, a tal linha de 1/18, seria a linha do filme do Snake Eyes que deveria estrear em setembro (e agora depende da reabertura da pandemia). Logicamente, isso era ótimo para nós, depois de um hiato de tempo grande desde o último lançamento da Hasbro em 2016 e o fim do Club em 2018. 

Veio a pandemia, as incertezas e mais e mais boatos sobre o que seria a linha de 1/18. 

Informações perdidas de containers do Walmart, conteúdos, nomes de código nos registros de estoque do Walmart, preços sugeridos. Foi um belo teatro de marketing criar essa expectativa. Para alguns itens, funciona, como esse caso de quatro anos sem uma figura direta da Hasbro. Muito se especulou e os colecionadores ficaram sabendo que o nome da linha seria Retro Line, Linha Retrô. Isso levou direto a memória afetiva aos vintage dos anos 80. 

Mesmo não tendo fotos.

Eu não apostei nos vintage. Não tinha certeza sobre os modern. Poderiam até ser figuras tipo Kenners, com cinco pontos de articulação. Sem fotos e mais informações, me recusei a ter uma opinião formada, ainda mais sabendo que a Hasbro pode resolver criar coisas do nada que, podem ou não agradar os colecionadores. Os anos 90 que nos digam.  

E a comunidade de colecionadores esperava por isso:




Inclusive, porque o mercado de vintage tem se valorizado bastante e, até mesmo os bizarros itens coloridos da indiana Funskool estão bem caros, mesmo fabricados com um plástico dos mais inferiores e as artes estranhas de várias cartelas. Assim, muita gente acreditava que vindo novas figuras vintage o preço das antigas cairia e traria uma calma ao mercado desses colecionáveis. Os preços para algumas figuras realmente estão altos e mesmo figuras danificadas, sem polegar ou co o crotch quebrado tem tido um pedido de valor, por vezes irreal, ilusório. Lá fora as coisas se acertam pela exigência do cliente, mas aqui no Brasil, um mercado ainda novo vemos essas distorções e falta de senso de uma figura sem polegar sem ofertada por R$ 120,00 com quase nenhum acessório por ser "variante de cor Estrela". Ainda não aprenderam aqui que o fato de ser colecionável não torna o item raríssimo ou valiosíssimo. Mas com o tempo o mercado deve acabar por se regular quando os compradores aprenderem o valor real dos itens que buscam e desenvolverem paciência para focar no item que querem, em bom estado e tempo certo. Oferta e procura são reais, mas quando o cliente se propõe a pagar o valor irreal ele alimenta a ideia de mercado irreal. Mas isso é tema para um outro texto somente sobre mercado e o debate é, de certa forma, inesgotável.

Figura Funskool produzida na Índia
A tempo: Funskool realmente se valorizou nos últimos anos por ainda ser entrado lacrado em abundância, mas os realmente caros são os de cartelas e filecards em russo, produzidos pela empresa para o mercado do Tio Putin. Russos ainda estão aprendendo a colecionar, então pouca coisa disso sobreviveu às crianças russas. 

Funskoll para o mercado russo. Quando se acha um é divertido pensar em GI Joes vendidos na Rússia.

Na última sexta, dia 17, tivemos uma live do Pulse da Hasbro e o mistério acabou, abrindo a pré-venda das figuras no Walmart para entrega à partir de 1º de outubro. 

Fomos brindados com a informação das primeiras três figuras da wave 1 e dois veículos. Snake Eyes, o Commando, Storm Shadow, o Ninja e a Baroness, nossa femme fatale da inteligência da Organização Cobra.  Os nomes das figuras da wave 1 e 2 já estavam disponíveis de manhã, mas nada de fotos até a live do Pulse ir ao ar. Mas a decepção chegou rápido quando já avisaram via HISStank que seriam figuras 25-30 anos em embalagem retrô. 

E a comunidade de colecionadores recebeu isso:







Bom, não foram nem figuras 25th, foram figuras tipo POC, Pursuit of Cobra, e 50th. Nas verdade, tirando melhoria na pintura (aparentemente) nas cabeças e uma ou outra modificação nessas cabeças, o Storm Shadow e o Snake Eyes são os mesmos da embalagem dupla dos 50th.  
GI Joe 50th - Snake Eyes vc Storm Shadow

Isso é ruim? Eu acho que não. O modelo vintage não funciona mais, nas atende as mais diversas legislações, tem vários moldes com décadas de uso precisando, talvez, de manutenção.,Existem os materiais, replanejar o processo produtivo para fazer algo que não se fabrica há anos. Desafios logísticos e técnicos que, podem parecer pequenos para quem é de fora mas, no fim das contas, impacta a produção em custos, talvez mais que a questão legal. Mas do lado da questão legal, os vintage não são mais considerados seguros para o mercado de varejo atual. Afinal, basta o pequeno endemonhado puxar as pernas do boneco para estourar o o-ring e expor um gancho de metal que ele pode por na boca e puxar seus beiços. Um acidente lastimável que ninguém que fabrica brinquedos. Então os vintage não voltam ao mercado de varejo. Esse mercado deve ficar, mesmo, com os produtores de bootlegs, as figuras alternativas, hoje representados pelo Black Major Customs e o Red Laser Army Factory, que burlam as legislações de segurança através de vendas diretas no E-Bay para colecionadores adultos, não chamando a atenção do mainstream. Os vintage viraram o nicho do nicho no mercado de GI Joe, atendendo aos saudosistas mais ardorosos. Sim eu tenho alguns deles aqui e acho o máximo. E, num futuro, o Brajoes deve firmar uma parceria com um deles. 

Black Major Customs

Red Laser Army Customs
Foram as melhores figuras? Essa versão do Snake Eyes eu acho uma das melhores, não reclamo dela. Mas como uma versão tão boa no Storm Shadow lançada na coleção Retaliation, o Ultimate Storm Shadow, porque ignora-la? Era a mais fiel ao original. Mas optaram por usar o que foi lançado em 2011, da série Renegades, mas com aquela enorme e linda leva de armamento ninja.
Snake Eyes - Pursuit Of Cobra

Storm Shadow 2011 - Renegades-30th

Storm Shadow Hall of Heroes

Storm Shadow Retaliation - The Ultimate Storm Shadow

Fica a alegria de que as embalagens remontam diretamente às emabalagens oitentistas, com as artes de Ron Rudat em seus detalhes, mas com aquele fundo colorido atrás das figuras maior, para cobrir um blister com todos os acessórios modern que compuseram versões anteriores das figuras, quase como o que fizeram com a linha GI Joe Hall of Heroes. 





A Baroness é a mesma da linha POC de 2012, mas com um repaint e uma melhora na máscara de pintura do rosto, a mesma dos 50th.

Lady J vs Baroness - 50Th. Olha que essa Lady J volta retrô...

Claro que muitos apontaram a pouca novidade, comparando com iniciativas de mercado de fornecedores como Marauder Inc e Joy Toys. No entanto, estes dois fornecedores não oferecem real ameaça à Hasbro pela escala de suas operações. Atendem o nicho dos customizadores e de figuras mais militarizadas e especializadas. E fazem isso muito bem. Mas o tamanho da Hasbro e o acesso ao varejo a tornam uma potência dificilmente batível a eles. Ou mesmo a se preocupar em mudar seu modelo de negócio. Então a Hasbro faz esse agrado que ela pode: recheia seus itens relançamentos e repintados com acessórios suficientes para montar dioramas e cenários, aposta na popularidade da marca.

O mercado de action figures em 1/18 nos EUA é muito ramificado. Além de Marauder e Joy Toys existem concorrentes chineses como a Chap May (blerg... mas os veículos contam"), World Peacekeepers e outros tantos e nem todos eles tem o mesmo acesso ao varejo que Hasbro e Mattel, ainda mais nesse momento em que o mercado se rearranja com Walmart, Target e outros varejistas ocupando o vácuo deixado pela Toys R Us quando esta faliu. Não se iludam: mercado de brinquedos é uma guerra, um negócio difícil, tanto pela concorrência quanto pela clientela difícil.  


A outra boa novidade foram dois veículos, também em embalagem vintage: o HISS Tank e o AWE Stryker. 












Esses ficaram ótimos e tem corpos que foram recuperados das encomendas do GIJOCC. A cabeça do Crank Case parece ser a mesma usada no Top Side do Club, resolvendo uma questão antiga, uma curiosidade: algumas das encomendas do Club incluiam cabeças novas projetadas pelo Boss Fight Studios, mas nunca ficou claro se os moldes resultantes disso eram do Club ou da Hasbro. Agora sabemos que são da Hasbro. 

Esses dois veículos serão disponibilizados no Brasil para Amazon em 1º de outubro, em pré-venda, para entrega no decorrer de novembro. O restante da coleção vir para o Brasil ainda é uma interrogação sobre quando, quais, quantos e onde. Mas devem vir.

E como muita gente tem perguntado, sim o veículos virão para serem montados, já que a embalagem usada é vintage e nos os comporta montados. A alegria de montar seus veívulos e ler blueprints, manuais de instrução, colar os adesivos tortos volta também.

A wave dois já foi descoberta e terá Roadblock, Destro e Scarlett. Não temos fotos ainda e nem notícias de mais veículos. assim que soubermos, revelamos por aqui.

E na manhã do dia 21, a Wave 3 revelou Duke, Cobra Comander e um codinome "Puma", que em breve devemos descobrir quem é. O mesmo se diz sobre a wave dois sobre fotos e veículos da wave 3.

Mas é esperado que as waves futuras também tragam figuras mais novas e não 25th de 2007. as figuras posteriores a 2010 tem tem sculpt melhor, são melhor desenhadas e suas articulações funcionam melhor, inclusive mãos e tudo mais, como o fato de serem um pouco mais "realistas", enquanto a proposta da coleção de 25 anos era uma releitura dos clássicos e não se comprometia com a praticidade, o que muda com a série Pursuit Of Cobra em diante.

A pré-venda no Walmart esgotou em menos de 10 minutos. O volume de reclamações não foi suficiente para atrapalhar as vendas, mesmo que saibamos que muitas delas foram feitas a investidores que devem despejar as figuras no mercado no decorrer dos anos com os devidos preços inflacionados pela procura. Alguns os chamam de scalpers. Eu os chamo apenas de investidores. Justo ou injusto, nos EUA o mercado de colecionáveis é maduro e previsivel, às vezes, e o brasileiro ainda está aprendendo a lidar com isso. Vamos demorar a ser um mercado maduro para essa área. Ou não. Mas isso depende de outros fatores culturais ainda não presentes aqui.

Assim, a linha segue. Viva. Renovada? Talvez.

GI Joe - Classified Series - As figuras em 6 polegas


Essa matéria já está bem atrasada, desculpem a demora. Mesmo em época de pandemia fica complicado arregimentar tempo para escrever. Mas vamos lá.

Do final do ano passado para o começo deste ano, vários rumores do retorno da linha de brinquedos GI Joe surgiram e alguns deles se confirmaram e outros não. 

Primeiro pela Toy Fair de Nuremberg, na Alemanha,onde já se sabia do retorno do GI Joe como figuras em 6 polegadas (6"), a famosa escala Legends, por ser usada nos Marvel Legends e, agora, também na linha Star Wars Black Series.

Vamos lembrar que o GI Joe surge em 1964 na escala 1/6, a escala 12", como o America's Moveble Fighting Man, inspirado no modelo militar, nos soldados e forças armadas dos EUA e, depois, como uma equipe de aventureiros, que assim permanece até perto do final dos anos 70, quando por vários problemas na economia mundial e sociais a Hasbro cancela a linha, pouco depois de licenciar o produto para grande parte do mundo, incluindo o Brasil, o que possibilitou recebermos aqui o Falcon, o GI Joe Muscle Body, em 1977.

Os lançamentos em 1964, o Action Soldier, o Action Salor, o Action Marine e o Action Pilot.
O Falcon chega ao Brasil em 1977, com o Combate e o Ação Camuflada.
Posteriormente, em 1982, a marca passa por um rebrand e muda de escala, para os 3 3/4", próximo do que chamamos de 1/18, como o The Real American Hero, hoje o nosso amado formato vintage, que permaneceu no mercado até 1994 e com lançamentos esporádicos posteriores. No Brasil, foram licenciados, também pela Estrela, e chegaram a nós em 1984 como os Comandos em Ação, os Colecionadores de Aventuras.

GI Joe 1982 - The Real American Hero

Comandos em Ação - Estrela - 1982 chegam os Colecionadores de Aventuras

As cartelas que mexem com a memória dos colecionadores.
Anda nos anos 90 tivemos algumas incursões em outras escalas, como os GI Joe Sgt Savage and His Screaming Eagles (94-95), uma linha inspirada na Segunda Guerra Mundial que, inclusive, teve figuras em 12", mas a coleção principal se apresentou numa escala de 4,5", com articulações respeitáveis e uma nova forma de junção do corpo e o bizarro GI Joe Extreme (95-97), figuras com poucos pontos de articulação e um jeito futurista bem anos 90 com 5" de altura. Ambos foram apoiados em séries de animação e quadrinhos na tentativa de popularizar as linhas, mas não obtiveram o sucesso desejado. Ambas as temáticas foram tentativas de readequar o brinquedo ao novo staus quo mundial pós Guerra Fria.

As figuras de 4,5" Sgt Savage e 1994-95.
A animação de Sgt Savage and The Screaming Eagles.

GI Joe Extreme - 1995-97. As figuras com 5 pontos de articulação da subdivisão que virou a Kenner.
A série completa com os novos vilões da SKAR.
Paralelamente, vários lançamentos tidos como "para colecionador" aconteceram com os modelos vintage de o-ring, até 2001, o GI Joe The Real American Hero! Collection.
Foram vários os repaints de figuras e veículos na linha Collection.
No começo dos anos 2000, o GI Joe retorna, em  novo formato, sem o tradicional sistema de o-ring e t-hook, usando o sistema de pernas unidas ao tronco por eixo. Foi a série GI Joe vs Cobra. Foi uma série complicada de transição pois acabou tedo uma mescla com as novas figuras e repaints das figuras com o-ring e, posteriormente, novas figuras com sistema de o-ring numa mistura de estilos, um amalgama dos dois jeitos de construir GI Joes. Ainda era um processo de evolução em andamento.



 
As pessoas, principalmente nos EUA, não gostam dessa associação, mas um dos fatos que tirou o GI Joe do mercado no meio dos anos 90 foram as mudanças políticas do mundo, o fim da União Soviética, além da plena ascensão dos videogames como modo de entretenimento, assim como seu retorno se deve em parte do 11 de Setembro, quando os heróis militares voltam a ser necessários e atrativos ao público estadunidense. Essa parte é sensível nos EUA pois parece que uma empresa está querendo lucrar com o momento.

É preciso entender esse contexto pois, quando fui procurar um orientador para fazer o mestrado sobre o GI Joe na área de marketing, fui informado pelo professor do seguinte: por impacto que tenha o brinquedo no comportamento do mercado, ele não modifica o mercado em si e precisa passar por modificações para se manter no mercado por conta das evoluções sociais; então o viés que eu desejava aplicar se encaixava melhor em sociologia, sobre como a sociedade obrigou o produto a se modificar para permanecer no mercado e não o inverso. O estudo do mercado nos obriga a observar as mudanças da sociedade e do consumidor pelos diversos fatores envolvidos na compra. Mas isso é assunto para um texto por si só. 

Várias modificações vieram com a volta do o-ring, Valors vs Venon, SPY Troops, Ninja Battles (baseados em animações distribuídas em DVD nos boxes dos brinquedos) e, depois, vem a coleção 25 anos, modificando definitivamente o a escultura e a forma das figuras, que vem a ser chamado de formato modern, e as subsequentes séries de figuras do primeiro filme, Rise of Cobra, o Pursuit of Cobra, séries 30th, Resolute, Renegades, 50th.

A animação Valor vs Venon

As figuras em blisters duplos.

A animação Spy Troops

Figura Spy Troops em blister single

A animação Ninja Battles

As figuras do Box Ninja Battles

As figuras de 25th Anniversary que surgem em 2007, renovando o formato das figuras mas mantendo visual oitentista.
Tivemos nesse tempo uma escala de 8", o GI Joe Sigma 6, que teve como apoio de mídia um animê e uma linha secundária de 2,5". A linha teve algumas inovações no visual e no formato, mas não durou muito também, apesar de deixar veículos memoráveis que puderam ser reaproveitados de alguma forma na franquia principal depois. As figuras foram lançadas em 2005 e saíram do mercado em 2007 com a chegada dos 25 anos.

A animação GI Joe - Sigma 6

As figuras vinham numa embalagem tipo box e com muitos acessórios.
A composição das figuras era em bem em animê, com membros desproporcionais, embora não fossem necessariamente feias.

O GI Joe Sigma 6 de 2,5" possibilitou uam variação grande de aventuras, embora as figuras tivessem poucas articulações.
E paralelo a isso tivemos mais de uma década de figuras exclusivas do GI Joe Collector's Club International, uma empresa do Texas, uma editora, que fez uma parceria de licenciamento com a Hasbro e lançou algumas figuras memoráveis em boxes para convenção, exclusivos, veículos, em ambas as escalas mais bem sucedidas, o 1/6 e o 1/18. A proposta do Club era atender os colecionadores diretamente e fornecer aos sócios exclusividade, nunca foi, realmente, para suprir o grande mercado. 


Até 2016 tínhamos figuras Hasbro nas lojas, com a série de 50th. Depois, somente as figuras exclusivas do GIJCC, quem encerrou suas atividades em dezembro de 2018. Foi um ano complicado para comprar tudo, pois o Club investiu num grande número de figuras para fechar com chave de ouro, e o custo de Club sempre foi alto devido à produção em escala menor (na época, uma figura simples em gôndola no EUA tinha custo de 7 dólares, e um exclusivo do Club, não menos que 36; as últimas vieram na média de 42 dólares. Hoje custam centenas de dólares no E-Bay). 

Assim,  ficamos praticamente ano e meio sem receber novidades (pq as novidades do Club já eram conhecidas por essa época de 2018 por conta da Joe Con EUA), até começar a receber uma dica aqui, outra ali, um spoiler de fornecedor, uma dica da Hasbro, a troca do diretoria de marca, o Brand Lead, e tudo mais, até que este ano recebermos de surpresa, a primeira foto de um GI Joe de 6", o Snake Eyes Classified Series Convention Set. 








A figura impressionou a todos pela quantidade de detalhes possibilitada pela escala e pelo set de armas, muito bem projetado para já iniciar o diorama de um dojô para nosso ninja silencioso. Mesmo entre os entusiastas da escala 1/18, a impressão foi de um detalhamento e cuidado grande com a figura, mesmo entre aqueles que não vão se render à essa escala. 

A mudança de escala não agradou aos puristas e muitos não devem ingressar nessa coleção. No entanto as vendas se mostraram expressivas, seja pelo colecionadores, seja pelos investidores. O mercado de colecionáveis e brinquedos nos EUA é fortíssimo e muitos negociantes compram em quantidade para revender com lucro em momento futuro. É um mercado rentável e relativamente seguro para o investidor hoje. A venda foi exclusiva pelo Hasbro Pusle, o canal de vendas diretas da Hasbro para EUA e Canadá.

Na sequencia a Hasbro iniciou a pré-venda das demais figuras da wave 1 pelo Walmart: Duke, Scarlett, Roadbock e Destro, em box de seis figuras, que viriam uma de cada e dois novos Snake Eyes de edição comum, mas iguais ao Convention, sem o set de dojô. A revelação das embalagens trouxe uma novidade na arte, onde cada personagem é apresentado com a arte de um artista diferente, em vez de uma linha de arte padrão como sempre foi feito desde os tempos do Ron Rudat, o artista original da linha nos anos 80.




















Essa primeira wave trouxe mais detalhes sobre a qualidade que a figuras vão apresentar em definitivo e também o tom da mesma, futurista, pelo que se observa das armas e acessórios que os acompanham. Muitas críticas foram feitas à arma do Roadblock que é muito pouco convencional e me lembra o que seria um canhão de trilho magnético. Essa pegada de futurismo não agrada a todos mas não desmerece as figuras, sendo que seus acessórios podem ser substituidos por modelos mais próximos da realidade facilmente encontrados no mercado de acessórios, agora ampliado, pela crescente onda do 1/12, a escala Legends. A Marauder Inc (www.marauderinc.com) é uma das boas opções.

Mas a arte do poster promocional trouxe uma bela discussão pela quantidade de dicas, spoilers, sugestões e acaloradas possibilidades. Quais seriam os próximos? Teremos veículos?

Se passar a lupa na imagem terá muitas questões, colega...

A segunda wave não demorou tanto para ser anunciada e já vimos as previsões do poster com chegada do Cobra Commander, Gung-Ho, Cobra Red Ninja, o retorno do infame Destro Pimp Dad, o Destro com roupa de leopardo e máscara dourada e um Storm Shadow Artic Mission, muito interessante lembrando o Storm Shadow V3, lá de 1992, quando ele deixa a Organização Cobra e já está com o GI Joe. A gama de acessórios é muito bem recebida e a qualidade parece ótima pelas fotos e reviews que podemos acompanhar pela lives do Hasbro Pulse no Facebook. 





























O marketing da Hasbro decidiu usar as mídias durante essa época da pandemia e as lives semanais apresentando lançamentos e trazendo informação e novidades tem sido tanto um balsamo quanto uma tortura, já que ver que a linha está viva é ótimo, mas pensar em como adquirir os produtos é mais complicado. O Destro Pimp Dad e o Storm Shadow Artic Mission estão em pré-venda pelo Amamzon Brasil a um custo aceitável de R$ 151,54 cada, para entrega em Novembro. Durante a Abrin desde ano conversei com o pessoal da Hasbro e soube que a linha viria para o Brasil, mas não sabíamos o que viria. Agora começamos a ver. Não temos a informação se as figuras chegarão às lojas e quais chegaram, mas é quase certo que uma lote delas virá para  o varejo, sim. 

Você pode fazer seu pre-order dos dois diponíveis no Brasil aqui.

E ainda tivemos o anúncio de um super box do Supreme Snake Cobra Commander, ou na linha Convention Set que ficou espetacular pelo conceito. Esse foi anunciado na mesma live do Pulse que falou do GI Joe Retro Line e surpreendeu a todos, mesmo.















Quando já estávamos pensando como fazer para o ano que vem, ontem, dia 20, a Target nos EUA soltou de surpresa um anúncio de pré-venda da uma linha Classified Series - Cobra Island pra hoje, dia 21, às 9h (EUA). As figuras anunciadas foram o Beach Head, Cobra Trooper, um Roadblock barbado e repaint que muito poderia ser o Heavy Duty, para dar uma variada, e a resposta à pergunta sobre veículos: uma Baroness num box com uma moto muito legal. 

 
 



Até o momento, sabemos apenas que são exclusivas da rede Target nos EUA e os preço acompanham os do Walmart, $19,99 pelas simples e $39,99 pela Baroness com a moto. Mesmo sendo exclusivos, no futuro podem ser vendidos pelo pulse sem o logo Cobra Island e até mesmo com variações de cor, algo que a Hasbro faz desde sempre. Então não temos notícias da disponibilidade desses mais novos lançamentos no Brasil. Questionei a Hasbro e aguardo respostas. No entanto, essa linha Target foi esgotada em 8 segundos de vendas. Foi denunciado o uso de bots para compras, já que era permitido somente 2 itens por compra. Provavelmente nada será feito quanto à isso e prova que o mercado está agitado com tais lançamento pois alguns já foram postos à venda no E-Bay com preços que variam dos $69,90 aos $150 e a Baroness já alcança $200 ou mais. 

Muito se perguntam a razão da mudança de escala. Eu, em minha opinião, ponho a culpa na Marvel.

Os brinquedos da Marvel sempre tiveram vários licenciados e, por isso, diversas escalas. Quando a Hasbro assumiu a principal linha, lançou em 1/18 e depois lançou o Legends. Parece que o Legends agradou mais aos fãs (não todos, claro, conheço gente que odeia a escala). Tanto que se estendeu para a Black Series de Star Wars. Evidentemente que, por questões de logística, fornecedores, escala de produção, produção e aproveitamento de moldes, padronização de embalagens e tudo mais que envolve custos de produção e, quero acreditar, a possibilidade de qualidade e diversidade de acessórios e detalhes que chamem a atenção do cliente, a migração de escala era inevitável. 

Me chamaram a atenção para um fato a ser considerado: a escala Legends não é uma invenção da Hasbro, mas da Toy Biz para a Marvel. Quando a Hasbro assumiu o licenciamento, depois de pressão dos colecionadores acabou por adotar a escala pois já haviam mais de 250 figuras na escala e muitos hard collector's não iriam prosseguir uma coleção em escala menor. Então a Hasbro cedeu aos apelos do público e adotou a escala que, se difundiu. Nesse meio tempo ela também teve a escala 1/18 mas no fim acabou optando pelo mercado que seria certamente mais lucrativo. Claro que os fãs de 1/18 se sentiram traídos com o fim da escala. Mas é o mundo dos negócios. Infelizmente, faz parte. 

E depois da live do Pulse de ontem sobre Marvel Legends da Hasbro eu tenho dó do bolso de quem coleciona isso. Vai sair muita coisa. Coisas demais. Haja bolso e haja espaço. 

Lembrem que nos EUA é um negócio que oscila num mercado pulverizado de action figures de cerca de 17 bilhões de dólares ano e continua em crescimento, mesmo com as adversidades da economia. E a Hasbro ganha mais com suas propriedades intelectuais. Ganha muito dinheiro com os licenciados, claro, mas a margem é maior nas marcas que pertencem a ela. Por isso é natural que invista no que tem. Então aguardem, pois a Hasbro é dona direta de muita coisa e há rumores da volta do M.A.S.K.

Dessa forma, vemos que a linha GI Joe, por ser considerada como a linha de brinquedos mais colecionável de todos os tempos, segue viva e forte depois de seu hiato e ainda deve agitar muitas discussões sobre o colecionismo e seu mercado, o espaço para guardar tudo isso e a paixão dos fãs pela marca. 

Veremos o que mais o futuro reserva. 

Ainda essa semana teremos o texto sobre a esperada (e, de certa forma, decepcionante, linha Retro). 

P.S.: À tempo: saiu a primeira arte do jogo para consoles do GI Joe, o que pode explicar o tema futurista para as figuras. Se o jogo será bom ou não, não sabemos, mas sempre foi um ponto fraco da franquia não tem jogos de ótimo nível para suportar o brinquedo e fazer uma nova leva de fãs. Veremos o que será o Operation Blackout. 

Dá pra tirar daí umas boas ideias do que vem pela frente... olha esse Storm Shadow.