O Apoio Aéreo Aproximado
O Século XX trouxe grandes inovações à arte da guerra, muitas delas debutando na Primeira Guerra Mundial, como a metralhadora, o tanque e o avião.
Metralhadora Vickers |
Tanque britânico Mark V |
Biplano Salmson 2 |
A metralhadora mudou pouco em relação à sua função de apoio de fogo automático, defesa de posição, assim como o tanque, que iniciou sua carreira de combate sem um plano, sem estratégias adequadas, iniciou-se como uma grande curiosidade e uma arma de terror psicológico, enquanto o avião, que começa a guerra como um veículo de reconhecimento, evolui para o bombardeio, para os combates aéreos que deixaram o Barão Vermelho famoso mas, ainda assim, não era fator determinante de batalhas, essas ainda se resolviam no chão.
Bombardeiro alemão Gotha |
Já na Segunda Guerra Mundial a blitzkrieg mudou o conceito de combate alinhando um avanço rápido em terra por forças motorizadas, dando uma função mais clara e definida ao tanque, com o apoio aéreo a esse avanço, cobrindo as tropas em avanço com superioridade aérea, usando o avião como nunca fora antes, já que até esse momento a ideia de avião de combate era de dominar os céus e não a ação combinada com as forças terrestres.
Bombardeiro de mergulho Junkers Ju-87 Stuka |
O choque de cultura militar foi arrasador. Franceses e ingleses não sabiam como lidar com essa nova forma de guerra e isso resultou em combates terríveis e na vergonhosa e heroica retirada em Dunkirk.
Tropas em retira em Dunkirk |
Mas as lições foram aprendidas e até o fim da guerra os aliados dominaram os céus para que as tropas em terra pudessem ocupar mais e mais terreno e mantê-lo, evitando que o inimigo tivesse seu próprio domínio aéreo. Se os Stukas lançavam bombas, até o fim da guerra os P-51, P-47 e outros já dispunham de foguetes não guiados, pods de metralhadoras e canhões e uma diversidade de armas que foram sendo adaptadas e desenvolvidas para garantir o inferno para quem estivesse em solo e não fosse aliado.
P-51 Mustang, uma das grande aeronaves CAS |
P-47 Thunderbolt armado com foguetes não guiados |
Isso se refletiu no teatro do Pacífico onde o apoio aéreo é dado pela Marinha e seus porta-aviões, mudando a era do navio couraçado, do cruzador, para a era do porta-aviões. Tanto as batalhas navais eram agora definidas por poderia aéreo e não canhões, quanto o apoio às tropas para tomada das ilhas uma a uma dependiam do apoio aéreo às tropas em terra.
USS Yorktown (CV-10) |
A Guerra da Coreia trouxe o advento da era do avião à jato e a era nuclear trouxe uma nova doutrina à USAF, com os MiGs e o Sabre.
MiG-15 |
North American F-86 Sabre |
Nos anos 50 e 60 a doutrina adotada pela USAF era de poderosos bombardeiros que pudessem levar carga nuclear para além da cortina de ferro e caças à jato que garantissem os céus para essas missões. A estratégia ditava que as guerras seriam resolvidas por esse equilíbrio de poder e os dois lados se dedicaram a isso até que, num determinado momento, graças à Corrida Espacial, mísseis poderiam fazer sozinhos o serviço dos bombardeiros.
Nesse meio tempo aconteceu o Vietnã.
Um conflito assíncrono, não convencional, onde o poderio aéreo não tinha alvos como cidades e tropas agrupadas, onde a alternativa nuclear não se encaixava e, assim, se dependia do uso de tropas terrestres para caçar um inimigo móvel, determinado, fugidio e disperso. E o apoio às tropas em solo não estava sendo atendido pelo inventário da Força Aérea que não tinha nenhuma aeronave que pudesse executar esse tipo de missão. Tanto que ressuscitaram o Douglas A-1 Skyraider.
Douglas A-1 Skyraider |
A missão do A-1 era o Apoio Aéreo Aproximado (Close Air Suport – CAS), no Brasil chamado de Cobertura Aérea, onde as tropas em terra que precisavam de apoio aram atendidas por missões de bombardeio direto. É como se a aeronave fosse usada como força de artilharia para onde a artilharia não está presente. E essas missões salvaram inúmeras vidas de soldados estadunidenses no teatro de combate asiático.
O A-1 entregando uma carga de WP |
O A-1 e uma entrega de napalm em 1965 |
No entanto, o A-1 era uma aeronave antiga com todos os problemas que isso traz e, até o momento, os helicópteros também estavam debutando em funções de combate com o UH-1 armados, uma nova função de uma aeronave projetada para transporte de tropas. Então o US Army procurou por si só uma solução para o seu problema, já que a USAF não o fazia, e criou o programa Cheyenne.
Cobra Rattler Grounf Attack Jet
Avião de Ataque ao solo
Por Ronaldo Borges Jr
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