terça-feira, 28 de setembro de 2021

Guerreiro da Amazônia - Criatividade e Volta ao Negócio

 


Finalmente, depois de quase um ano de expectativa, de muitas especulações, surgiu o novo Falcon Guerreiro da Amazônia.

Especulava-se (e esperava-se) um Falcon inédito, representando etnias indígenas e que fosse, sim, um Olhos de Águia (ODA). as teorias e as piadas foram muitas, além do ódio prévio de alguns que imaginaram as mais bizarras teorias para o novo boneco. Até o boato de que viria com o gorila Big Jim, que parece que a Estrela ainda detém o molde, surgiu para que houvesse xingamentos por não "haver gorilas na Amazônia", com tirações de sarro do meme da girafa e a crença de que poderia ser uma nova versão da aventura Safari na África - Aprisionando o Gorila, de 1978.

Foto: Site Falcon80

Primeiro, vazou uma imagem em preto e branco da arte da caixa. Ninguém sabe de onde veio exatamente, se foi de propósito ou não, mas parece ser foto de uma das provas de arte para verificação dos elementos da embalagem criada pelo nosso amigo, Marcelo Peron. Como não se pode perceber muito pela imagem, os mas apressados correram para dizer que seria uma figura negra de cabelos brancos, o que levou a uma série de memes racistas e preconceituosos em relação à tradição do Preto Velho.

Foto: Origem Apócrifa

 

Tal erro de julgamento é comum pois, uma imagem colorida convertida para o P&B, não conserva os índices de brilho e contraste adequados para fazer distinção dos tons originais pretendidos. Criar imagens coloridas para converter em P&B é uma arte que requer estudo e preparo, como o cinema nos ensinou: o tom errado de vermelho em uma cortina deixaria a cena escura demais ou clara demais e atrapalharia o contraste do figuro das estrelas da cena. E como a arte foi criada para ser colorida, certamente o Marcelo Peron não se preocupou com isso.

Depois, finalmente, via Instagram, a Estrela divulgou a tradicional imagem de silhueta, mostrando uma figura nitidamente de mochila.


Nova onda de especulações e logo depois a Estrela soltou um vídeo rápido no Instagram que alguém resolveu analisar quadro a quadro, espelhar imagem e montar uma imagem à partir dos fotogramas desse vídeo para saber o que vinha nessa aventura. 



O email anunciando a venda veio no sábado e o e-mail com preço e horário, veio no domingo, ambos já revelando que todas as especulações estavam erradas, inclusive a expectativa pelo preço subir, já que todos os insumos tiveram seus preços elevados durante a pandemia.




Mas aí está, chegou. E não foi como a maior parte dos boatos previu; veio um loiro ODA com a pintura remetendo aos anos 80. 

Foto: Leonardo Ferreira

 

Foto: Cortesia Brinquedos Estrela
A figura veio com tudo que estava descrito na caixa: regata branca, calça cargo verde, par de botas, cinto, fação, rádio e cantil. A novidade fico com a barraca:

Foto: Cortesia Brinquedos Estrela

Foto: Cortesia Brinquedos Estrela

 A figura segue com o molde restaurado do Tesouro Submarino e não apresenta rebarbas mas canelas, confirmando que se trata de figuras de injeção nova. A flocagem apresenta qualidade, o processo que estava um tanto perdido em 2017 hoje se encontra em seu auge ´técnico para um produto de escala industrial. A máscara de pintura, para quem se preocupa realmente com esse nível de detalhe, traz as sobrancelhas no estilo anos 80, como os primeiros ODA.

Foto: Cortesia Brinquedos Estrela

Foto: Cortesia Brinquedos Estrela

Foto: Cortesia Brinquedos Estrela

A grande novidade é o fato de vir um Falcon de sunga preta, em vez da tradicional azul. Agora faz par junto com o ODA alpinista Expedição na Montanha, o ODA negro.
Foto: Leonardo Ferreira
 
Fica a única ressalva que, talvez, uma camiseta de um tom de verde diferente do da calça ou um tom cáqui, caísse melhor. Mas isso não desmerece a aventura. E, de certa forma, combina com as botas pretas. Fica um tanto Tiro de Guerra. 
Foto: Cortesia Brinquedos Estrela
 
Mas duas novidades vem com essa aventura: embora não sejam novos e sempre haja uma crítica por se repetir acessórios, a aventura acompanha um rádio e o cantil, com a novidade de se apresentarem em cores inéditas, verde e preto, respectivamente. Estes itens nestas cores ainda não haviam sido produzidos em toda a coleção.
Foto: Cortesia Brinquedos Estrela

 
Foto: Cortesia Brinquedos Estrela
 
Mas o grande trunfo dessa aventura é a mochila que vira barraca. É o primeiro item Falcon com uma personalização com o ano de lançamento, já que a barraca camuflada (o mesmo camuflado da calça do Falcon Explorador, de 2017) tem estampado na frente dela, na entrada, os dizeres "Falcon", "2021" e o logo CA dos Comandos em Ação. 
 
Foto: Cortesia Brinquedos Estrela


Foto: Cortesia Brinquedos Estrela

Foto: Cortesia Brinquedos Estrela

A barraca foi desenvolvida pela Estrela para esta aventura e não é um reaproveitamento de material da Susi conforme alguns "especialistas" aventaram. A mochila de campanha vem para carregar as hastes e conectores da armação interna da barraca e o que parecem ser duas bolsas no cinto e, claro, o saco de dormir/colchonete, que ficou com uma aparência muito boa.
Foto: Ricardo Beluchi

Foto: Ricardo Beluchi

 
Na verdade foi um recurso muito criativo da equipe da Estrela que cuida do Falcon usar esse artifício, e desenvolver um acessório de tecido e com o mínimo de injeção para cortar custos e manter a figura dentro do teto de preço ao consumidor final de R$ 399,99. Com certeza mais itens plásticos teriam elevado o custo dessa aventura e obrigado uma revisão do preço final, o que não é algo muito aprazível nesta época de pandemia e crise econômica.  É um esforço a ser reconhecido, mesmo que uma parcela dos colecionadores reclame de ser um guerreiro desarmado.
 
No entanto, já sabemos, até pelo registro de homologação no Inmetro, que haverá uma cartela de armamentos. Isso revisita o modelo original do negócio de vender acessórios em separado para personalizar as aventuras. Vale lembrar que esse modelo vigorou por alguns anos, já que os Falcons do anos 80 vinham com pouco acessórios para reforçar a necessidade de compra de cartelas e venturas em caixa. 
 
Há um boato de que a cartela trará todas as armas que a Estrela já injetou do Falcon um dia e, talvez, até traga algo novo. Mas, assim como com o Guerreiro da Amazônia, teremos que esperar para saber e, com certeza, nos alegrar com uma cartela com armas que vão reforçar as aventuras já lançadas. Sabemos que existe o molde da M3 Gleasegun, a submetralahdora, do rifle sniper M40 da era do Vietnã e as granadas. E a Luger, claro. O que mais virá? O M16? A Browning 1919 .30 da Trincheira Heróica? Dinamites? Minas? Revólveres? Bazucas?

De qualquer forma, a Estrela e a equipe de desenvolvimento estão de parabéns por conseguir trazer, em meio ao caos atual de pandemia, crise hídrica, crise econômica, crise política, uma aventura de qualidade e criatividade para manter custos e ainda ser fiel ao modelo original de cartelas de acessórios em separado. Embora muitos não concordem, é uma alegria a coleção Falcon continuar e não apenas revisitar o passado. E é o que tem sido feito desde 2017: a coleção continuou. 

E um último detalhe: a Estrela demorou para lançar esta aventura em virtude da troca do serviço de e-commerce, agora uma parceira com a Synapcom, uma das líderes no seguimento.  Diferenças já foram sentidas pois não houve vazamento de link anterior com preço errado, não teve nenhum código de desconto liberado e o e-mail de link veio criptografado, dando erro para muitas pessoas que tentaram abrir o link copiado em vez acesso pelo clique no e-mail, dando algum valor para o fato de ser do Fã Clube do Falcon, finalmente. Muita gente teve opção de entrega no mesmo dia, como os amigos Leonardo Ferreira e Ricardo Beluchi, sem qualquer tipo de dano às caixas ou coisas do tipo. Uma evolução já há muito pedida e agora, atendida.

Obrigado, Estrela.


P.S.: É uma edição limitada e numerada como as outras anteriores. Não foi revelado se o total de peças é 1200 ou 1500 peças.

 


domingo, 19 de setembro de 2021

Granadeiro

Figura icônica da coleção Comandos em Ação, na quarta wave lançada no Brasil pela Estrela em 1987,  o Granadeiro, a versão nacional do Grunt V2, foi uma das figuras, na época, menos interessantes. Hoje, é interessante porque lá fora o Grunt V2 era o piloto da Asa Delta. Aqui a Estrela lançou a Asa Delta Camufalda com o Falcon e, por isso, o piloto da asa delta é vendido caro e o Granadeiro cartelado, também.

 

Grunt V2 lado a lado com o Granadeiro "Stopim". As diferenças ficam na variação de cor no pigmento dos plásticos, sendo o nacional com a pele mais rosada e o cáqui do uniforme levemente mais escuro, assim como os bolsos nos braços são mais escuros na versão da Estrela.

Além dessas diferenças entre o nacional e o estadunidense, temos duas versões do Grandeiro: uma com o braço do Grunt e outra com o braço do Ripcord, o nosso Batedor Anti-Fogo. Ambas as versões vinham com a mesma arma, a metralhadora de visual híbrido entre M-60 e MG-42, que acompanhava o Rock'N Roll, nosso Arma Pesada - Gladion.




O filecard desenvolvido pela Estrela não tinha critérios técnicos específicos para a função, apenas uma descirção de personalidade do personagem e sua preferência pelas granadas.

 


Mas de onde vem o nome "Granadeiro"? 

Bom, eu estava lendo uma das minhas página de Facebook preferidas, a Nomes Científicos, que é sobre, claro, nomes científicos. E lá me deparei com a origem das palavras "romã" e "granada". Segue esse trecho abaixo retirado de lá:

Romã, em espanhol e galego, é ‘granada’; em alemão, ‘granatapfel’; francês, ‘grenade’; inglês, ‘pomegranate’; polonês, ‘granat’; russo, ‘гранат’ (‘granat’); sueco, ‘granatäpple’, italiano, ‘melograno’ e ‘granata’. Eita! Tudo tem grana no nome!
Nós falamos grana para nos referirmos a dinheiro por um empréstimo (rá!) do italiano. ‘Grana’ era uma gíria italiana que veio com os imigrantes. No contexto agrícola, quem é dono de muitos grãos, como os de trigo, está cheio de ‘grana’. O termo vem do latim ‘grana’, plural de ‘granum’ (grão).
Essa letra ‘n’, que sumiu na passagem do latim para o português, foi mantido nas palavras derivadas de ‘granum’. Pode reparar. O chocolate em pequeno grãos é o granulado. A venda de grãos sem embalagem é à granel. Aquela organela celular com pequenos “grãos” aderidos (ribossomos) é o retículo endoplasmático granular. A rocha com textura de grãos é o granito. O animal que se alimenta de grãos é granívoro. O alimento matinal com grãos açucarados é a granola. A chuva de pequenos grãos de gelo é o granizo. (Se bem que aqui em Minas, vi muita gente falar que “tá chovendo granito”. Que perigo!)
Em latim, algo com muitos grãos era dito ‘granosus’ ou ‘granatus’. Sendo essa a principal característica da romã, a fruta era conhecida na Antiguidade por ‘malum granatum’ (maçã granosa) e ‘pomum granatum’ (pomo granoso).
Que a romã era cheia de grãos, ninguém duvidava. O enrosco foi determinar de qual lugar ela era originária e esse impasse apareceu no nome dela. Para alguns, a romã veio de Cartago, no Norte da África. Por isso, chamavam-na de ‘malus punica’ (maçã púnica, maçã cartaginesa). Foi aí que Lineu, em 1753, batizou a espécie como ‹Punica granatus›.
Outros achavam que a romã vinha da cidade de Granada, na Espanha, pois lá, de fato, havia muitas romãzeiras. Por isso, um dos nomes comuns da planta é romeira-de-granada. O interessante é o próprio nome da cidade espanhola pode ter surgido da fruta, como ‘la tierra de las granadas’.
Para os portugueses, no entanto, a origem da romã seria de (tcharã!) Roma. Em latim, a fruta também era conhecida por ‘mala romana’ (maçã romana). O mesmo hábito de transformar a letra ‘n’ em tio (~) na grafia e na pronúncia, que fez ‘grano’ virar ‘grão’, acabou fazendo ‘romana’ passar a ‘romãa’ e depois ‘romã’.
Os povos deixaram a ‘maçã’ de lado e ficaram só com a segunda parte do nome . Portugal preservou romã e os demais países ficaram com palavras parecidas com granada.
Na França, onde era ‘pomme grenate’ em francês arcaico, o resultado final foi ‘grenade’. E lá, no final do século XV, com o uso cada vez maior da pólvora, surgiram pequenas bombas com o formato de romã. Eram bolas de ferro com uma abertura para o estopim, bem parecido com esta , que vemos nos desenhos animados. Quando explodiam atiravam violentamente estilhaços de metal para todo lado. Pelo formato e pelo arremesso dos “grãos”, ficou com o nome de ‘grenade’.
Os soldados lançadores de granada, os granadeiros, eram a elite dos exércitos do século XVII. Como as granadas eram bem pesadas, que demandavam arremessadores fortes, no século XVIII, falar que um homem era um granadeiro (ou até mulher, granadeira) era um baita elogio. Significava que era alguém alto e corpulento.
Com a melhoria das outras armas de fogo, as granadas caíram em desuso e só voltaram à moda, já remodeladas, a partir da Primeira Guerra Mundial.
Cabe lembrar de pedras precisas chamadas de granadas também. 
 
Foto: Sarah Illemberger, 2021.
 A pedra granada tem em sua composição os elementos alumínio, cálcio, cromo, ferro 2+, ferro 3+, magnésio, manganês e titânio. Pode ser encontrada na África do sul, Austrália, Áustria, Brasil, Sri Lanka, Suécia, Tchecoslováquia e alguns outros países. 
Esse cristal é conhecido desde os primórdios, pois, segundo religiosos, a Arca de Noé teria sido iluminada por uma pedra granada e só por isso, teria sido capaz de se salvar. Também tem-se relatos de sua utilização por diversas civilizações há milhares de anos, principalmente pela fama de gerar vidas que as suas vibrações e energias possuíam.
Já a origem do nome “granada” veio do latim “granatus” e lembra juntamente os granulos da romã, e em algumas tradições “a pedra que ilumina”. 
 
Mas para nós, o importa, são as bombas, as granadas que explodem, as granadas de mão.  Granada surgiu na China Medieval, durante o século IX, durante a dinastia Ming, era feita de cebola seca, e enchida com pólvora, usava-se para destruir muros, fortificações, portões, defensas, etc.
 
Posteriormente, evoluem para invólucros de ferro com o característico estopim, como as bombas de desenho animado, que precisavam ser acendidas e arremessadas. Essa função de arremessador, quando a arma chega à Europa, faz destacar os soldados com maior compleição física para a tarefa de bombardear os inimigos com granadas. 

Assim surge a categoria dos granadeiros

Um granadeiro era, inicialmente, um soldado especializado no lançamento das tais granada e essa especialidade foi estabelecida em meados do século XVII, tendo como funções específicas o lançamento de granadas de mão e, ocasionalmente, as operações de assalto, com alguma evolução de funções com o passar do tempo. No início do século XVIII, o lançamento de granadas de mão já não era relevante, pelo avanço das armas de pederneira  de melhor precisão, mas continuavam a existir granadeiros, como soldados de assalto de elite que, por fim, se tornaram as tropas que lideravam o assalto da infantaria durante as batalhas campais. Foi a época em que o tamanho do soldado deixou de importar para ser um granadeiro e passaram a busca experiência de combate e disposição como soldado, ajudando a consolidar a imagem de tropa de elite.

Seja pelo seu aspeto, seja pela sua reputação, os granadeiros tenderam a transformar-se nas tropas de apresentação dos respetivos exércitos, sendo destacados para missões de grande visibilidade, com privilégios superiores aos das outras tropas. Por exemplo, as companhias de granadeiros eram normalmente dispensadas de funções rotineiras, como a faxina e as patrulhas, mas eram encarregues da guarda dos quartéis-generais. Quando um regimento formava em linha, a companhia de granadeiros ocupava sempre o flanco direito, considerado a posição mais honrosa.

Nas operações de sítio, também era frequente serem os granadeiros a liderar o assalto às brechas feitas nas muralhas, juntamente com os sapadores, os soldados responsáveis por cavar fossos, trincheiras e galerias subterrâneas, que hoje chamados de engenheiros. Então sapadores e granadeiros se complementam: um abre o caminho e o outro avança por esse caminho. Isso levou a que unidade de granadeiros tivessem internamente uma unidade de sapadores.
Granadeiros franceses de 1805

Os granadeiros faziam quase sempre parte da infantaria. No entanto, durante o século XIX, a França, a Argentina e o Chile criaram unidades de granadeiros a cavalo, de cavalaria pesada, cujos soldados também eram escolhidos pelo seu tamanho e capacidade.
Com os avanços em artilharia, as grandas de mão foram perdendo uso durante os séculso XVIII e XIX e só retornam, reformuladas, a partir da Primeira Guerra Mundial - para lá da designação honorífica mantida por certas unidades - ressurgiu a função militar de granadeiro, responsável pelo lançamento de granadas à mão ou através de lança-granadas, quando a batalha de trincheiras, muitas vezes tão próximas quanto um arremesso de granada, pareciam uma arma útil.

Posteriormente, vemos na Segunda Guerra mundial, as unidades de Granadeiros Panzer, os Panzergrenadier, as unidades de infantaria de elite que acompanhavam as unidades Panzer. É uma regra da guerra de tanques que estes não devem avançar sem cobertura de infantaria, o treinamento alemão fazia dessas tropas, soldados da melhor qualidade. Unidades de granadeiros panzer tinham infantaria, infantaria pesada, grupamento antiaéreo, engenharia, reconhecimento e antitanque.




Na verdade, nada mais eram do que a infantaria mecanizada alemã para acompanhar o avanço das unidades panzer.

Algumas imagens de grandas se tornaram icônicas, como a pineapple ("abacaxi") estadunidenser e a smasher potato ("amassador de batata") alemã. 



Hoje os unidades de infantaria contam com  granadeiros, mas na verdade, soldados que portam lançadores de granadas, já que as grandas em si sao parte do armamento de todo o grupo. 

Temos hoje diversos tipos de granadas: antipessoal (fragmentação), altoexplosivo, fumígenas, iluminativas, incendiárias. E tanto podem ser de arremesso com algumas especializadas que podem ser disparadas de fuzil as chamadas granadas de fuzil ou granadas de bocal.



 
Fontes: 
Página do Facebook Nomes Científicos 
"Diccionario da lingua portuguesa’ de Raphael Bluteau e reformado por Antonio de Moraes Silva (1789)  
‘A história da granada de mão’, de Mary Bellis (2019).
https://blog.shopdoscristais.com.br/pedra-granada/ 
Foto: Sarah Illemberger, 2021.
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Sapador
https://pt.wikipedia.org/wiki/Granada_de_m%C3%A3o
 

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Larry Hama, criador dos quadrinhos do GI Joe, puxa a cortina sobre Snake Eyes - Entrevista Exclusiva


 Entrevista original em Looper.

 



Enquanto o mundo da cultura pop mudou para sempre em 1964, quando a Hasbro Toys lançou seu primeiro conjunto de bonecos de ação GI Joe de 12 polegadas, o conceito atingiu alturas ainda maiores quase 20 anos depois, graças à inventividade do lendário escritor de quadrinhos e editor da Marvel, Larry Hama.


Depois que todos os escritores da Marvel recusaram a oferta de criar uma série de quadrinhos sobre um grupo de soldados contra terroristas, Hama aproveitou a oportunidade - e seu "GI Joe: The Real American Hero" se tornaria um grande sucesso não apenas como publicação, mas também como parte de uma linha de produtos que incluía novos bonecos de ação de 3/4 de polegada e uma série animada. De repente, os heróis GI Joe, como Snake Eyes, Scarlett e Duke, e os vilões Cobra, incluindo Destro, a Baronesa e Storm Shadow, tornaram-se nomes familiares.


 Os personagens também fizeram aparições na tela grande ao longo dos anos, incluindo "GI Joe: The Rise of Cobra" de 2009 e "GI Joe: Retaliation" em 2013. Agora, quase uma década depois, os produtores decidiram voltar ao básico com "Snake Eyes: GI Joe Origins", que narra o início do ninja vestido de preto ( Henry Golding ), bem como Tommy Arashikage ( Andrew Koji ) - irmão de sangue de Snake Eyes que se transformou em nêmesis - enquanto ele se transforma em Storm Sombra. 

Em uma entrevista exclusiva com Looper, Hama, um consultor de "Snake Eyes", nos deu sua opinião sobre a atuação de Golding como personagem-título, revelou a história de assumir o cargo de gibi "GI Joe" em 1982 e muito mais. "Snake Eyes" já está disponível em vídeo digital e premium on demand (nos EUA) antes de seu lançamento em 4K Ultra HD Blu-ray, Blu-ray, DVD e On Demand em 19 de outubro.

Hama queria destacar o aspecto de 'Joe comum' dos personagens

Um dos fatos mais interessantes para as pessoas novas na experiência de GI Joe é que inicialmente era na verdade uma história em quadrinhos da Marvel - e obviamente muitas pessoas associam os quadrinhos da Marvel com Homem-Aranha, Homem de Ferro, os Vingadores. Mas eu sinto que os personagens de "GI Joe" são quase super-heróis lutando, supervilões. Você vê as coisas dessa maneira?

Não. [Risos]

Apenas Joes normais? 

Sim, porque não sou realmente um super-herói. É uma fantasia mais difícil de engolir. Quer dizer, o tipo de super-herói ou personagem mutante com quem trabalhei [Wolverine, X-Men] era menos super. Eles tinham poderes, mas eram mais do lado humano. De certa forma, os super-heróis são uma espécie de fantasia fascista. É como o Ubermensch [ideia de Friedrich Nietzsche]. É como uma entidade externa que chega e é muito mais forte e pode derrotar todos os bandidos.

Mas, para mim, a fantasia de GI Joe não era tanto uma fantasia militar ou uma fantasia de super-herói, mas sim uma fantasia sobre camaradagem, irmandade e trabalhar juntos. E foi assim que eu vi. Na verdade, eu já disse isso antes, mas sempre fui um fã de "Tio Patinhas" de Carl Barks, e ainda sou. Então, na minha cabeça, basicamente "GI Joe" era "Os Escoteiros Mirins" com armas. 

Hama admite que aceitou a oferta do 'GI Joe' para entrar como escritor


Ainda fico chocado cada vez que leio sobre essa oportunidade de "GI Joe" ser apresentado a vocês como um gibi depois que todos os outros recusaram. Você viu isso mais como uma oportunidade? Obviamente, você tem a mente aberta. Eu imagino que porque você serviu nas forças armadas - e obrigado por seu serviço - você deve ter percebido isso desde o início como mais do que apenas um emprego. Parece que foi realmente uma oportunidade de contar algumas histórias emocionantes.1

Sim, mas também foi meu pé na porta para começar o trabalho de escrita. Eu estava tentando há 10 anos conseguir um trabalho de escritor. Nenhum editor da Marvel me daria trabalho de redação. Era política da empresa que, se você fosse um editor, não poderia escrever para outra empresa, mas eu tinha dispensa especial do editor-chefe para escrever para Warren Comics porque pude ir até ele e provar que Eu tinha procurado todos os editores da Marvel e ninguém quis me dar um trabalho de redação.

Então, sim, é uma oportunidade de contar certos tipos de histórias, mas nunca foi minha intenção fazer quadrinhos militares. Eu queria criar animais engraçados desde o início, mas ninguém estava comprando animais engraçados, então tive que fazer super-heróis. Eu caí em "GI Joe" completamente por acidente. Se eles tivessem me oferecido a Barbie, eu teria pegado a Barbie e dado o meu melhor porque queria trabalhar. Eu queria o trabalho de escrita
.
 
Hama autorizou a produção do Snake Eyes a fazer alterações
 
 
Há um featurette maravilhoso para "Snake Eyes", onde Henry Golding parece tão emocionado que você deu a bênção ao projeto. O que há em Henry Golding que o torna o ator perfeito para interpretar Snake Eyes?
 
Bem, ele é como a coisa real. Ele tem esse tipo de simpatia natural, e suas habilidades de atuação estão realmente lá. Se você o viu em qualquer outra coisa, você percebe: "Oh, uau, ele está atuando." Ele não é como uma série de estrelas que são apenas elas mesmas, nunca. E ele o fundamenta. E o fato de que a configuração é para que isso aconteça antes que ele perca a capacidade de falar, e possamos ouvi-lo e descobrir o que ele é internamente, em vez de imaginá-lo na forma cômica.
 
A história de origem de "Snake Eyes" é obviamente a maior mudança de sua visão original dos quadrinhos, começando com o período de tempo. Com o filme, estamos falando sobre os dias modernos versus a Guerra do Vietnã nas histórias em quadrinhos em que Snake Eyes e Tommy serviram juntos. Que parte do discurso sobre a mudança da linha do tempo fez você se sentir como, "Ok, esta é uma história interessante e um ponto de entrada interessante para trazer o conto de Snake Eyes para a tela grande"?
 
É sempre difícil tentar manter essas coisas atualizadas. Foi algo que vem acontecendo há 30 e poucos anos. Se for uma linha do tempo realista, todos esses personagens estariam na casa dos 70 anos. Mas é o mesmo dilema que você tem com qualquer um dos personagens em qualquer uma das universidades. Quer dizer, o Homem-Aranha tem 70 anos, mas nos quadrinhos ele ainda está na faculdade ou algo assim, ou acabou de sair da faculdade. O Superman deve ter mais de 100 anos.
 
Hama abraça as versões cinematográfica e em quadrinhos de GI Joe
 
 
Eu acho que os fãs têm dificuldade em mudar, mas já que você está apoiando o projeto, você acredita que as histórias dos quadrinhos e dos filmes coexistem?
 
Eles podem coexistir, mas são dois meios diferentes. Tem coisas que funcionam nos quadrinhos que simplesmente não funcionam na tela, porque os quadrinhos são ... É um meio onde você aprende tudo aos poucos. Você leu Batman por 20 anos, sabe muito sobre o Batman, mas aprendeu em pequenos pedaços todos os meses. Em um filme, você tem de 90 minutos a duas horas para colocar tudo lá em cima.
 
Portanto, a metodologia de divulgação das informações é muito diferente. Nos quadrinhos, você tem que mostrar isso visualmente e fazer funcionar como um fluxo de imagens. Nos filmes, você tem efeitos sonoros, a capacidade de fazer todas essas coisas. E muitos truques de quadrinhos e métodos de contar histórias foram copiados de filmes. E então é esse vai-e-vem estranho. Ambas as mídias se alimentam uma da outra. Certo.
 
Você consegue ver Snake Eyes chegando ao ponto em que se torna aquele herói misterioso sob a máscara que os fãs conhecem nos quadrinhos? Porque, é claro, isso envolveria algum tipo de incidente - e Deus me livre, quero dizer, porque minha esposa também diz isso - Henry Golding, ele é um cara bonito. Ele foi contratado porque fica bem sem a máscara. Certo?
 
Certo . [Risos]
 
Mas se você quiser seguir a linha dos quadrinhos, verá como desfigurar o rosto e perder a capacidade de falar. Eu odiaria ver isso acontecer com essa iteração do personagem, mas você acha que é necessário e gostaria que fosse nessa direção?
 
Bem, acho que há uma maneira de fazer isso. Quero dizer, olhe para "O Mandaloriano". O personagem principal nunca tira o capacete, exceto no último episódio ou algo assim. Com o formato "Snake Eyes", você sempre pode ter flashbacks. Existem maneiras de contornar todas essas coisas. É um meio muito flexível. 
 
Abram caminho para a Baronesa
 

Eu realmente vejo "Snake Eyes" como a história de origem de Snake Eyes e Storm Shadow, embora Snake Eyes seja o único personagem mencionado no título. Mas se houvesse qualquer outro personagem que você gostaria de ver tendo uma história original do ponto de vista dos quadrinhos GI Joe, quem seria?
 
Provavelmente a Baronesa. Ela é uma personagem muito intrigante, eu acho. Bem, eu percebi que quando vou às convenções, os cosplayers da Baronesa superam em número todos os outros cosplayers GI Joe de dois para um ou três para um. Então, obviamente, há algum potencial aí.
 
Adoro a visão de Úrsula Corberó sobre a Baronesa porque o look é um pouco diferente. O cabelo, o traje é uma reminiscência da Baronesa que todos nós conhecemos e amamos, mas ela definitivamente possui aquela atitude e aquele atrevimento  - aquele atrevimento assassino. Tenho certeza de que você ficou emocionado com a interpretação que Ursula fez do personagem.
 
Ela é muito boa.
 
Hama está entusiasmada com os avanços feitos com representação asiática no showbiz
 

Este foi realmente um grande ano para a representação asiática em Hollywood, de "Snake Eyes" no verão e agora a "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis". Isso é emocionante para você como um artista de herança asiática?
 
Muito emocionante. Quer dizer, é algo que pensei que nunca aconteceria. É como quando Obama foi eleito presidente. Nunca pensei que veria isso em minha vida. E nunca pensei que veria esse tipo de representação asiática na mídia. Quer dizer, quando eu era criança, quer dizer, lembro que minha avó saía da sala gritando: "Tem um asiático na TV!" Todos nós teríamos que dizer, "Nossa, fumaça", porque era algo inédito.
 
Acho que é bom e que estamos nos afastando desses estereótipos horríveis. Estou no Screen Actors Guild desde 1976. E durante anos, as únicas peças que recebi foram bandidos. Ou eu fiz o teste para comerciais, seria como um executivo de uma empresa de automóveis japonesa, um legista, um médico, algum tipo de cara de jaleco ou um garçom. Essas são as únicas partes ao redor. E agora está totalmente aberto.
 
E o que é ótimo nisso é que você forjou seu próprio destino ao criar os quadrinhos "GI Joe" - e esperançosamente o que vai acontecer aqui é que vai inspirar mais escritores de ascendência asiática a fazer o mesmo.
 
Sim. É incrível e eu adoro isso.
 
Claro, sua carreira também incluiu ter uma mão em "Wolverine" e "Logan" e editar propriedades da DC como "Mulher Maravilha". Você sente um certo orgulho quando esses personagens finalmente chegam às telonas, sabendo que você tem uma participação na criação e contando suas histórias?
 
Oh sim. Sim, mas também é sempre difícil acreditar que está lá em cima. É sempre uma surpresa.
 
Também estrelando Samara Weaving como Scarlett e Haruka Abe como a confidente de Tommy, Akiko, "Snake Eyes" está disponível em HD digital e vídeo premium on demand (nos EUA), e estreia em 4K Ultra HD Blu-ray, Blu-ray, DVD e On Demand on 19 de outubro.

1- Nota do Tradutor. Os quadrinhos de GI Joe foram criados como estratégia de marketing para fazer propagandas da linha de brinquedos. A legislação estadunidense, já à época, não permitia propagandas que induzissem o consumo de brinquedos e outros produtos para o público infantil nos intervalos dos programas infantis, mas não bloqueava a propaganda de produtos culturais, como livros e quadrinhos. Dessa forma, as chamadas para os lançamentos de quadrinhos faziam alusão aos personagens dos brinquedos, seus veículos e acessórios, como uma propaganda indireta, As chamadas animadas criadas em parceria com a Sunbow deram tão certo que se tornaram a base para o desenho animado do GI Joe. 


 




segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Sgt Slaughter discute tensões com a WWE por causa do acordo de GI Joe

Matéria original disponível Inside Ropes


Sgt Slaughter discutiu a divisão causada entre ele e Vince McMahon devido a Slaughter assinar um acordo com a Hasbro para se tornar o primeiro GI Joe vivo.

Slaughter havia competido pelo pai de Vincent Kennedy McMahon no início dos anos 80, quando ele rivalizou com Bob Backlund e Pat Patterson. Uma mudança de vilão para herói logo veio e Slaughter declarou guerra ao Iron Sheik. Quando o jovem McMahon entrou na berlinda e colocou a empresa no curso para a primeira WrestleMania, ele o fez sem Slaughter.

Falando exclusivamente para a Kenny McIntosh da Inside Ropes,  para edição 6 da revista,, Sgt Slaughter discutiu o que o levou a pé da WWF e como tudo começou com uma oferta da Hasbro para ser o novo porta-voz para GI Joe :

“A Hasbro começou a falar sobre como GI Joe estava indo em uma nova direção e eles queriam um porta-voz da vida real que pudesse dar entrevistas e coisas assim, e um amigo em comum me disse que meu nome havia sido mencionado. Então, eles marcaram uma reunião comigo e com meu advogado. ”

Eu tinha uma limusine camuflada na época, então dirigimos até a sede deles em Pawtucket e pouco antes de chegarmos ao prédio, disse ao meu motorista: 'Pare o carro.' Eu pulei, fui na parte de trás do porta-malas e coloquei bandeiras nos para-lamas dianteiros do carro e disse: 'Dirija bem devagar umas quatro ou cinco vezes ao redor do quarteirão aqui e, quando eu contar, nós entraremos em a sede. ' Quanto mais devagar ele dirigia, mais gente saía dos prédios e dos escritórios, dos restaurantes, dos supermercados, da drogaria - onde quer que estivessem. Eles viram esta limusine camuflada com as bandeiras americanas nos para-lamas e 'Sgt Slaughter' escrito na lateral da porta, e a placa 'USA, USA'. Era bastante óbvio o que estava acontecendo. ”


A entrada construída certamente parecia funcionar, já que aqueles dentro dos escritórios da Hasbro estavam ansiosamente observando e esperando que Slaughter entrasse:

“A Hasbro tinha uma entrada onde você ficava debaixo de um dossel, então eu disse: 'Tudo bem, suba', e meu advogado estava apenas rindo e rindo. Eu disse: 'Vou esperar alguns segundos antes de sair.' Quando meu advogado finalmente abriu a porta e eu saí, eu estava com meu paletó esporte camuflado, minha capa de campanha e óculos escuros. Eu estava enfeitado para as estrelas - estava pronto para a estreia de um filme de Hollywood. ”

“Eu olhei pelas janelas da sede e todas as pessoas lá dentro estavam grudadas nas janelas, pulando e aplaudindo. Fui até a grande sala de reuniões, mas não falei muito. Eu ouvi o que eles tinham a dizer, que queriam um porta-voz e um personagem da vida real e isso e aquilo, e eu era alguém em quem eles estavam interessados. Eles continuaram, mas não queriam se comprometer com nada ”.

“Quando a reunião terminou e me levantei para sair, disse: 'Vou te dizer uma coisa, senhores, meu nome é Sgt Slaughter e eu sou o verdadeiro GI Joe. Você está olhando para GI Joe. Eu fiz essa pequena promoção e fui embora. Meu advogado disse que ficou boquiaberto. "

A promoção do Sgt Slaughter certamente parecia ter funcionado, já que a Hasbro mal podia esperar para lhe oferecer o negócio:

“No caminho de volta da reunião, paramos para jantar. Não tínhamos telefones celulares naquela época, então meu advogado encontrou um telefone público para receber suas mensagens durante o dia todo. Quando ele voltou, disse: 'Você não vai acreditar nisso; A Hasbro já ligou três vezes para o meu escritório e disse que quer nos inscrever. Eles estão convencidos de que é isso. Eles querem ir com isso '”.

Tudo o que restou foi o Sgt Slaughter compartilhar as boas novas com o presidente da WWE, Vince McMahon. No entanto, foi quando McMahon jogou uma chave inglesa nas obras, pois tinha acabado de fechar um acordo com os rivais da Hasbro, LJN:

“Depois que o acordo foi fechado, eu mal podia esperar que as gravações de Allentown TV voltassem para poder contar a Vince. Eu não queria ligar para ele e dizer a ele, eu queria dizer a ele pessoalmente. Eu o vi saindo de uma reunião e ele estava feliz porque tudo estava pegando fogo. Eu disse: 'Ei, tenho uma ótima notícia: serei o primeiro GI Joe vivo'. Eu passei por tudo isso. Eu disse a ele o que aconteceu, como fiz isso. Ele estava apenas rindo e se divertindo. ”

“Finalmente, depois que terminei, ele apertou minha mão e disse: 'Isso é ótimo, sargento, mas não posso deixar você fazer isso.' Ele me deu um tapinha nas costas e foi embora. Agarrei seu braço - é como agarrar um tronco de árvore - e o puxei de volta e disse: 'O que você quer dizer com não podemos fazer isso?' Ele disse: 'Sexta-feira, acabei de assinar um contrato multimilionário com a LJN. Eles são nossa empresa de brinquedos agora e isso seria um conflito de interesses. ' Eu disse: 'Um conflito de interesses? Para o inferno com o conflito de interesses, isso é enorme, cara! Hasbro é a maior empresa de brinquedos do mundo, especialmente brinquedos para meninos, e você tem a Barbie - o que mais você quer? '”

“Ele disse, 'Eu sei, eu sei, eu queria a Hasbro, mas eles não jogaram bola comigo, então eu fui com a LJN, eles me deram o melhor negócio. Agradeço por você ter ido lá e feito isso, mas não posso deixar você fazer isso. ' E eu disse: 'Não, você está brincando'. 'Não, é sério.' Eu estava pensando, 'Não, não, não! Isso tem que acontecer! Não tem jeito!'"

“Então, nós lutamos e lutamos. Continuei falando sobre isso. - Eu sei, sargento. Eu sei, mas você não pode fazer isso. ' Então, finalmente, ele se cansou de mim e disse: 'Sargento, se você quer fazer isso, vá, mas você não pode estar aqui. Estamos trabalhando para a WrestleMania, no entanto. Estamos indo nessa direção, naquela direção. ' Eu estava vendendo tudo com Sheik em um prédio todas as noites e Hogan estava vendendo o outro prédio. Tudo estava em brasa. Eu não sabia o que fazer. ”


Eventualmente, Slaughter diz que tentou avisar McMahon, mas McMahon não queria ouvir:


“Finalmente, eu disse: 'Bem, só vou ter que avisá-lo e ir embora'. Estávamos no Garden e fui até Vince e disse: 'Estou avisando.' Ele começou a rir na minha cara. 'Seu aviso? Eu não aceito seu aviso. Eu nunca vou aceitar sua notificação, agora saia daqui, afaste-se de mim. ' Eu disse: 'Não, estou indo embora'. Ele não estava aceitando. 'Não, você não é. Venha para a festa de Cyndi Lauper. Ela está dando uma festa em Nova York depois da gravação da TV. Eu disse: 'Tudo bem, tudo bem.' Eu fui lá e nada estava sendo feito, então eu disse, 'vejo você', e mandei um beijo de despedida para ele ”.

“Ele veio correndo e disse: 'Sinto muito. Eu sinto Muito. Vamos ter nossa reunião. ' Ele me levou para o fundo do restaurante e disse: 'Agora, o que é isso, você está me avisando?' Eu disse: 'Sim, preciso desligar. Eu tenho que fazer isso.' Ele disse: 'Não, você não pode fazer isso. Você tem que ficar. ' Ele começou a dizer: 'Meu pai está doente, você não pode me deixar, ele está morrendo e eu preciso de você', blá, blá, blá. Eu disse: 'Tudo bem, também tenho problemas pessoais que preciso cuidar e esta é uma maneira de ajudar a cuidar deles. Ele se ofereceu para me dar mais tempo de folga e continuou passando por todas essas coisas ”.


Uma conversa com sua esposa deu ao Sgt Slaughter o que ele precisava fazer - afastar-se do WWF apesar de a empresa estar em alta:
 
“Finalmente, voltei para casa e estava à mesa de jantar com minha esposa e ela me perguntou: 'O que há de errado com você? Você está uma pessoa diferente. ' Eu disse: 'Querida, não sei o que fazer. A Hasbro está me fazendo esta grande oferta para ser o primeiro GI Joe vivo e ser seu porta-voz, Vince está querendo que eu fique, seu pai está doente e eles estão indo para a WrestleMania. Ele colocou tudo o que conseguiu de sua conta bancária para fazer isso funcionar e eu não sei o que fazer. '”

“Ela disse: 'Bem, é muito simples. Bob, você sempre pode ser um lutador. Você nunca mais terá a oportunidade de ser o primeiro GI Joe vivo. Qual é o problema?' E eu olhei para ela e disse: 'Querida, é por isso que você ganha muito dinheiro.'  
 
É quando as coisas começam a ficar complicadas entre Slaughter e McMahon quando uma discussão começa sobre quem detém os direitos de 'Sgt Slaughter:

“Da próxima vez que o vi, disse: 'Desculpe, estou indo embora'. E ele disse, 'Não, você não está.' Começou a dificultar com processos judiciais e todos os tipos de coisas. Ele estava dizendo que era o dono do Sargento Slaughter e que eu não poderia usa-lo para ser um GI Joe. Tivemos grandes discussões em seu escritório com meus advogados e seus advogados. ”

“Finalmente, uma tarde, meu advogado e eu estávamos em seu escritório e Vince estava mais louco do que uma vespa. Ele disse que não queria nenhum advogado envolvido em nada disso. Por fim, ele se cansou e apontou para meu advogado, bem na cara dele com o dedo, e disse: 'Vocês, advogados, eu odeio vocês, advogados. Não sei por que você se envolve nessas coisas. Eu possuo o Sgt. Massacre. Eu nem sei para que você está aqui. Estou apenas dando a você a hora do dia, mas eu possuo o Sargento Slaughter e farei o que quiser com isso. Se ele quiser ir para GI Joe, ele não pode ir como Sargento Slaughter. '”

“Meu advogado - que era um ex-campeão de wrestling amador da NCAA - olhou para Vince e agarrou o dedo indicador que estava apontando em seu rosto e ele começou a empurrar para cima - Vince estava na ponta dos pés. Meu advogado disse: 'Número um, Vince, tire esse maldito dedo da minha cara'. Em seguida, ele foi até sua pasta e mostrou a Vince um pedaço de papel. - Em segundo lugar, você não possui o sargento. Slaughter. Robert Remus é dono do Sargento Slughter. ' Vince olhou para o papel e ficou furioso. 'Esta reunião está encerrada.' ” 
 
Infelizmente para McMahon, tudo isso aconteceu depois que ele já havia dado luz verde para que LJN fizesse bonecos de ação do Sgt Slaughter:

“O que não sabíamos era que Vince já havia encomendado os primeiros bonecos de ação da LJN e já havia dado permissão para eles fazerem os meus. Quando fui para a Hasbro pela primeira vez, contei a eles sobre o boneco que LJN havia feito e que Vince aprovava. Vince, disseram-me, disse: 'Coloque o Sargento Slaughter no estoque. Eu contei isso à Hasbro e eles disseram: 'Ah, está certo?' Então eles foram em frente e fizeram uma figur de ação do GI Joe Sgt. Slaughter que entrou nas roupas de luta livre de Vince - mas talvez um pouco maior - apenas por despeito pelo que Vince fez. "


“O anúncio era que você não podia comprar o Sargento na prateleira, mas podia obtê-lo pelo correio. Eles tinham um anúncio onde eu estava parado no meio do ringue com a bota na garganta de Hogan. O Iron Sheik e Nikolai Volkoff e todos os Superstars do WWF estavam todos deitados no ringue, e eu estava orgulhoso. Eles venderam um monte deles só por fazer isso. Isso deixou Vince ainda mais bravo comigo. "

Sgt Slaughter concluiu contando como seu próprio confronto com McMahon sobre os direitos do personagem Sgt Slaughter ainda reverbera até hoje na WWE:

“Mas o fato é que eu era o dono do sargento. Slaughter desde 1974, quando registrei meu nome. Um amigo meu, que era major do exército, me disse: 'Sabe, sargento, você deveria patentear seu nome. Algum dia, pode ser algo sobre o qual você deseje ter os direitos. E ele cuidou de tudo para mim. Tudo o que você vê [com a WWE] hoje é por causa do meu advogado e eu. Ninguém pode fazer nada na WWE sem. . . Se eles têm seu nome verdadeiro, eles têm que desistir enquanto estiverem lá. Vince praticamente cria todos os outros nomes, então ele os possui e ele apenas traz os lutadores para serem esses personagens. ”